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Núcleo de inclusão realiza programa para alunos autistas da Ufac

O Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), da Ufac, promoveu um programa de suporte pós-diagnóstico de autismo no contexto acadêmico, que foi o primeiro elaborado por e para pessoas autistas. O programa, coordenado pela servidora Rauana Batalha e pela neuropsicóloga Gabriela Neuber (ambas são autistas), foi realizado por meio do Google Meet, com reuniões semanais; o encerramento ocorreu na segunda-feira, 5 de julho.

Essa é a segunda versão do projeto; na época da primeira versão, em 2019, o objetivo era acolher e orientar estudantes autistas da Ufac. Na segunda fase, os objetivos foram oferecer perspectivas positivas, como autoconhecimento e potencialidades de alguém que está dentro do espectro autista. Foram realizados quatro encontros em junho e um bônus em julho sobre regulação emocional.

“Acreditamos que existe maior abertura e conexão entre os participantes quando eles sabem que serão ouvidos sem julgamentos e compreendidos em suas singularidades por quem os ouve”, ponderou Rauana Batalha. “O diagnóstico tardio, que é o caso da maioria dos jovens e autistas adultos da região Norte, geralmente é obtido após muito sofrimento, como problemas de ansiedade, depressão e até mesmo tentativas de suicídio.”

Para Gabiela Neuber o programa para jovens autistas com diagnóstico tardio tem grande relevância, principalmente no meio acadêmico. “Fazer parte de um grupo de pessoas que compartilham experiências semelhantes possibilita a esses jovens um ambiente acolhedor, sem julgamento e gregário, criando uma vivência de pertencimento e de autodescoberta”, comentou.

O mestrando em Ciência da Computação, Maico Krause, contou que receber um diagnóstico tardio de autismo, na vida adulta, pode causar uma série de sentimentos conflitantes e muitas dúvidas. “As reuniões que tivemos com a psicóloga Gabriela Neuber e o NAI foram úteis para nos ajudar a nos compreender melhor e encontrar estratégias para podermos lidar com muitas das dificuldades pelas quais passamos em nosso dia a dia.”

Estudante de Medicina Veterinária, Kathleen Mercedes relatou que o projeto impactou de forma muito positiva em sua vida. “Pude conhecer pessoas incríveis que, assim como eu, sofreram com situações parecidas. Pude aprender como melhorar minha vida acadêmica e pessoal com todas as mentoras que doaram seu tempo e sabedoria para nos ajudar.”

Ingressante no curso de Medicina, Beatriz Libardi considerou o programa importante para seu autoconhecimento. “Foi incrível poder trocar experiências com pessoas que vivem cotidianamente situações parecidas com a minha; isso trouxe esperança e sensação de pertencimento.”

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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