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Projeto da Embrapa moderniza extração da castanha no Acre

Moradores do Seringal Porvir, localizado na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Epitaciolândia (AC), comemoram os resultados do projeto “Castanhal – uso sustentável da sociobiodiversidade”, coordenado pela Embrapa em parceria com a comunidade. Durante três anos, a iniciativa beneficiou 40 famílias com a entrega de armazéns e oferta de capacitações, entre outras ações de melhoria da cadeia produtiva da castanha-do-brasil, com o objetivo de agregar valor à produção, abrir novos mercados e promover uma economia de base extrativista aliada à conservação florestal.

Financiado com recursos do Fundo Amazônia, geridos pela Fundação Banco do Brasil (FBB), o projeto Castanhal foi aprovado em 2018, em edital público do Ecoforte destinado ao apoio de associações extrativistas vinculadas a unidades de conservação federais. A execução das atividades foi coordenada pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Extrativistas Wilson Pinheiro, que representa cerca de 50 famílias do Seringal Porvir.

Jurandi Moura, um dos moradores mais antigos da Reserva Chico Mendes, considera o apoio do Projeto Castanhal um grande diferencial para a comunidade e ressalta a importância da união para os objetivos coletivos. “Se trabalharmos juntos todos ganham e já conquistamos as condições necessárias para isso. Temos tudo que precisamos para realizar bem nossa atividade produtiva”, diz o extrativista.

Ganhos para a Comunidade

Ao todo foram entregues 40 armazéns familiares, em modelo fornecido pela Embrapa, para acondicionamento e secagem adequada da produção. Um galpão comunitário, destinado à nova sede da Associação comunitária, também foi construído e será utilizado na realização de capacitações. Para melhoria da logística de transporte da castanha coletada, a comunidade recebeu um veículo (caminhonete), investimento que tem facilitado a venda direta da produção para agroindústrias, com preços mais justos para os extrativistas.

No início do projeto, a Associação Wilson Pinheiro contava com dois armazéns comunitários para estocar a produção, mas os extrativistas buscavam alternativas para a construção de estruturas individuais para as famílias, como forma de melhorar aspectos do manejo da castanha coletada, durante o tempo de armazenamento, especialmente a secagem. Realizada adequadamente, essa etapa evita a contaminação por fungos, decorrente da alta umidade característica da região amazônica, e agrega qualidade à produção, possibilitando melhores preços no mercado.

Construídos por moradores da comunidade, com orientação de profissionais da Embrapa, cada armazém tem capacidade para 540 sacas de castanha. A estrutura em madeira, telada na parte superior das paredes, permite a circulação de ar e aumenta a eficiência do processo de secagem. Além disso, por estarem construídos sob esteios protegidos com cones invertidos ou saias de alumínio, os armazéns secadores evitam o contato das castanhas com o solo e a entrada de animais.

O Castanhal também viabilizou a aquisição de cinco carroças com junta de bois para facilitar o trabalho de retirada dos ouriços de castanha da floresta, uma antiga demanda da comunidade. Esse utensílio consegue trafegar por caminhos estreitos, dentro da mata (chamados de carreadores), que dão acesso a castanheiras localizadas onde não é possível chegar de carro ou quadriciclo. As carroças, construídas pelos próprios extrativistas, com material fornecido pelo projeto, são compartilhadas pelas famílias.

Para o extrativista Carlos Rodrigues, morador da Colocação Monte Alegre, o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha é lento e gradual, mas o projeto foi de grande valia para o crescimento da comunidade. “Os benefícios proporcionados representam o primeiro passo para agregar mais valor ao nosso produto”, acredita.

Ganhos para a Comunidade

Ao todo foram entregues 40 armazéns familiares, em modelo fornecido pela Embrapa, para acondicionamento e secagem adequada da produção. Um galpão comunitário, destinado à nova sede da Associação comunitária, também foi construído e será utilizado na realização de capacitações. Para melhoria da logística de transporte da castanha coletada, a comunidade recebeu um veículo (caminhonete), investimento que tem facilitado a venda direta da produção para agroindústrias, com preços mais justos para os extrativistas.

No início do projeto, a Associação Wilson Pinheiro contava com dois armazéns comunitários para estocar a produção, mas os extrativistas buscavam alternativas para a construção de estruturas individuais para as famílias, como forma de melhorar aspectos do manejo da castanha coletada, durante o tempo de armazenamento, especialmente a secagem. Realizada adequadamente, essa etapa evita a contaminação por fungos, decorrente da alta umidade característica da região amazônica, e agrega qualidade à produção, possibilitando melhores preços no mercado.

Construídos por moradores da comunidade, com orientação de profissionais da Embrapa, cada armazém tem capacidade para 540 sacas de castanha. A estrutura em madeira, telada na parte superior das paredes, permite a circulação de ar e aumenta a eficiência do processo de secagem. Além disso, por estarem construídos sob esteios protegidos com cones invertidos ou saias de alumínio, os armazéns secadores evitam o contato das castanhas com o solo e a entrada de animais.

O Castanhal também viabilizou a aquisição de cinco carroças com junta de bois para facilitar o trabalho de retirada dos ouriços de castanha da floresta, uma antiga demanda da comunidade. Esse utensílio consegue trafegar por caminhos estreitos, dentro da mata (chamados de carreadores), que dão acesso a castanheiras localizadas onde não é possível chegar de carro ou quadriciclo. As carroças, construídas pelos próprios extrativistas, com material fornecido pelo projeto, são compartilhadas pelas famílias.

Para o extrativista Carlos Rodrigues, morador da Colocação Monte Alegre, o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha é lento e gradual, mas o projeto foi de grande valia para o crescimento da comunidade. “Os benefícios proporcionados representam o primerio passo para agregar mais valor ao nosso produto”, acredita.

A execução do projeto Castanhal impôs desafios para os extrativistas e para a equipe técnica envolvida, em função de dificuldades para acesso à comunidade e questões burocráticas relacionadas à gestão administrativa e financeira. A renovação dos integrantes da Associação Wilson Pinheiro durante a vigência do projeto interrompeu o cronograma de execução, devido à necessidade de registros legais de praxe junto a cartórios, Receita Federal e sistema da Fundação Banco do Brasil, para habilitar a nova diretoria para a gestão do projeto. Além disso, com a pandemia da Covid-19, em 2020 as atividades presenciais ficaram suspensas por seis meses (de março a setembro), como medida de prevenção ao coronavírus.

Para a pesquisadora Lúcia Wadt, que acompanhou o trabalho no âmbito do Castanhal, essa modalidade de projeto, que exige uma gestão feita diretamente pela comunidade, desde a elaboração de contratos, relatórios e respostas a demandas do órgão financiador, até o acompanhamento das ações em sistemas online, entre outras questões, envolve processos extremamente burocráticos e se torna praticamente inviável para os produtores, demandando o apoio institucional na realização destas rotinas.

“A realidade de comunidades extrativistas da Amazônia é incompatível com esse mecanismo de execução, devido à distância em relação ao centro urbano, dificuldades de comunicação e a pouca experiência dos extrativistas com gestão comunitária. Entretanto, com o apoio necessário aos extrativistas, foi possível alcançar resultados importantes para as famílias do Porvir, especialmente em relação à busca de um mercado diferenciado para a produção”, explica a pesquisadora.

Bem Diverso

Fruto de parceria entre a Embrapa, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), o projeto Bem Diverso investe em ações para a conservação da biodiversidade e manejo sustentável dos recursos naturais em paisagens florestais e sistemas agroflorestais de três biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Caatinga, denominados Territórios da Cidadania. O objetivo é assegurar os modos de vida de comunidades tradicionais e agricultores familiares, proporcionando novas alternativas de renda e qualidade de vida.

No seringal Porvir, o projeto disponibilizou pessoal técnico para acompanhar todas as etapas do Ecoforte (elaboração do projeto, gestão e execução das atividades) e viabilizou outras atividades para o alcance dos resultados. “Atuamos para alavancar recursos para o atendimento de necessidades das comunidades, em sinergia com outros projetos em andamento, e para a conservação da biodiversidade, por meio do uso sustentável de espécies nativas. Apoiar as ações de contrapartida da comunidade foi uma grande oportunidade para contribuir com o manejo, beneficiamento e comercialização da castanha-do-brasil”, diz o assessor técnico Fernando Moretti.

O manejo sustentável de castanhais nativos gera trabalho e renda para milhares de famílias extrativistas e ajuda a impedir o avanço do desmatamento. Em função da importância econômica, social e ambiental desta atividade e do potencial de uso industrial das amêndoas, a castanha-do-brasil é um dos produtos florestais não madeireiros mais importantes para a bioeconomia da Amazônia. “Acreditamos que a partir das capacitações sobre comercialização e mercados e com a melhoria estrutural proporcionada pelo esforço integrado dos dois projetos, as famílias do Seringal Porvir poderão melhorar a produção agroextrativista e as suas relações comerciais, incrementar a renda familiar e, sobretudo, manter a floresta em pé na Resex Chico Mendes”, comemora Anderson Sevilha, coordenador técnico do Bem Diverso.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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