Com cortes orçamentários de até 36% das verbas de custeio determinados pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), universidades federais vivem um cenário de estrangulamento, com a suspensão parcial de bolsas para alunos vulneráveis e impacto até em pesquisas para vacinas contra a Covid-19.
Parte das universidades, como as federais do Pará, do Acre, de Santa Maria (RS) e de São Carlos (SP), já temem não ter condições para retomar as aulas presenciais no segundo semestre deste ano.
O Ministério da Educação afirmou que se esforça para mitigar os efeitos das reduções orçamentárias impostas às universidades e recompor as verbas.
Os cortes sucessivos são registrados desde 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. Professores tiveram que comprar camundongos com o próprio dinheiro para não interromper pesquisas, e universidades tiveram que cortar até o bife dos restaurantes universitários.
Na Universidade Federal da Bahia, que perdeu R$ 30 milhões da verba de custeio, o contingenciamento arrochou os R$ 7,2 milhões que eram destinados à assistência estudantil, atingindo 4.700 alunos.
A federal do Acre informou que o orçamento atual inviabiliza o retorno das aulas presenciais e prejudica ações de assistência estudantil.
Além nos cortes no orçamento, também houve um sufocamento das verbas para pesquisa. O número de bolsas de estudo ofertadas por instituições de fomento do governo federal caiu 44% entre 2020 e 2021.
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