Faz tempo que o homem sonha com um mundo altamente tecnológico. Clássico dos anos 1980, o filme De Volta para o Futuro 2 trazia uma série de inovações que já se concretizaram nos dias de hoje: as videochamadas, TVs de tela plana, uso da biometria, além de serviços automatizados e acionados pela voz. Antes mesmo disso, na década de 1960, outro clássico também se passava no futuro: o desenho Os Jetsons. A animação também acertou em muitas previsões: robôs que ajudam a limpar a casa e relógios de pulso inteligentes (smartwatches) já são uma realidade nos dias de hoje.
Conectar o mundo físico ao tecnológico – o offline ao online – para facilitar o nosso dia a dia é o objetivo da Internet das Coisas (IdC) – também tratada pela sigla em inglês IoT (Internet of Things). A tecnologia permite que objetos se comuniquem graças à internet.
A expectativa é que a Internet das Coisas mude o nosso dia a dia. “Teremos a criação de um ecossistema digital onde tudo se comunica e a gente vai ganhar mais tempo”, diz o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, José Afonso Cosmo Júnior. “Vai chegar um momento em que minha roupa vai avisar à lavanderia que já está na hora de lavar”. A chegada da internet 5G ao Brasil deve consolidar esse processo.
O governo federal vem tomando algumas medidas para incentivar a expansão da Internet das Coisas no Brasil. Em 2019, foi sancionado o Plano Nacional de Internet das Coisas e criada a Câmara IoT, um grupo de trabalho para acompanhar a implantação desse plano.
No fim do ano passado, foi sancionada a Lei 14.108. Por meio dela, itens que fazem parte de sistemas de comunicação máquina a máquina tiveram isenção de alguns tributos. “Com essa desoneração, a gente abre um grande mercado e abre possibilidade para que esses aplicativos venham para o nosso país”, afirma o secretário de Telecomunicações.
Segundo ele, de 2019 para 2020, o mercado de IoT cresceu 9%. Nos dois primeiros meses após a desoneração, o crescimento foi de 6%. “Isso no meio de uma pandemia e com todas as limitações”, destaca Cosmo Júnior.
Essas facilidades trazidas pela IdC podem esconder algumas armadilhas. De acordo com o especialista em cibersegurança Lucas Galvão, nem todos os fabricantes oferecem garantia em relação à proteção de informações pessoais que circulam nos dispositivos. “Um simples relógio inteligente hoje pode saber aonde você foi, qual é a sua média de batimentos – inclusive seu eletrocardiograma –, ouvir suas conversas e muito mais.”
Segundo ele, os riscos existem em todas as partes, entretanto, hoje o usuário final pode fazer uma análise antes de adquirir um dispositivo IdC, verificando que tipos de informações serão processadas e utilizadas. Para Galvão, fabricantes, órgãos reguladores e profissionais de segurança da informação possuem um papel importante a ser desempenhado na garantia da segurança cibernética desses dispositivos.
Em setembro de 2020, entrou em vigor no país a Lei Geral de Proteção de Dados. O texto define direitos de indivíduos em relação às suas informações pessoais e regras para quem coleta e trata esses registros.
De segunda-feira (3) a domingo (9), os veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) publicam o Especial Conecta, com conteúdos sobre a Semana Nacional das Comunicações. O especial reúne reportagens sobre história das telecomunicações, 5G, Internet das Coisas, o impacto das novas tecnologias na educação e no agronegócio, entre outros temas.
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Fonte – Agência Brasil
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