Com o anúncio do governo federal de que a ponte sobre o Rio Madeira em Abunã, que liga Rondônia ao estado do Acre, será inaugurada no próximo dia 7 pelo presidente Jair Bolsonaro, crescem as expectativas de incremento da exportação e importação entre Brasil, Bolívia e Peru. A conclusão da obra e abertura da ponte, vai agilizar o transporte e, consequentemente, baratear o frete das mercadorias que transitam pela rodovia.
Considerada uma obra estratégica para a integração nacional, a ponte em Abunã possui uma extensão de 1,9 quilômetro, estima-se que mais de dois mil veículos cruzem a ponte que liga os estados de Rondônia ao Acre, em poucos minutos e encerrando um ciclo de horas de espera para a travessia que até então é feita por balsas.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, “trata-se de uma das importantes obras estruturantes que impulsionará o desenvolvimento regional e efetivar as relações comerciais de Rondônia com os países como o Peru e a Bolívia”. Em live realizada em janeiro deste ano sobre a integração comercial entre o Brasil e a Bolívia, Thomé destacou que existe um fortalecimento desta agenda e a balança comercial, entre os dois países, é bem equilibrada.
A liberação da ponte, na visão da federação, é um dos fatores para solidificar e incrementar os negócios com os países vizinhos. Pois hoje, a população do Peru atinge mais 32 milhões de habitantes enquanto a Bolívia possui uma população de 11,51 milhões de habitantes.
Negócios com o Peru
Outra vantagem da conclusão desta obra é a consolidação da Rota do Pacífico, uma bandeira defendida há décadas pela entidade que sempre vislumbrou a partir da conclusão da ponte, um dos fatores para a solidificação e incremento de negócios com os países vizinhos. Se apresenta como mais uma alternativa de saída da produção rondoniense e brasileira com destino aos países asiáticos, através dos portos peruanos.
A rota do pacífico como é conhecida, é uma estrada binacional que liga o noroeste do Brasil ao litoral sul do Peru, através do estado brasileiro do Acre. Além de favorecer a integração sul-americana a circulação de pessoas, o turismo e o comércio bilateral entre o Brasil e o Perua estrada garante o acesso dos produtos peruanos ao oceano Atlântico e o acesso dos produtos brasileiros ao Pacífico.
De acordo com os dados do Ministério da Indústria e Comércio, neste primeiro trimestre, o mercado peruano comprou mais de 1,6 milhão de dólares em carne bovina congelada, fresca ou resfriada. Já a Bolívia, neste mesmo período, a exportação de colchões e brita, ultrapassa os 220 mil dólares.
Quanto a importação, o Peru é fornecedor de azeitonas, preparadas e conservadas e não congeladas, por pouco mais de 760 mil dólares. Da Bolívia, se consome madeiras tropicais serrada ou fendida longitudinalmente, cortada transversalmente ou desenrolada, mesmo aplainada, lixada ou unida pelas extremidades, de espessura superior a 6 mm e madeiras em bruto, mesmo descascada, ou esquadriada, por pouco mais de dez mil dólares.