Quem não tem um amigo ou parente que foi alvo de golpe aplicado na internet? Nos noticiários, há relatos cada vez mais frequentes desses episódios. Em muitos casos, as vítimas são pessoas de grande poder aquisitivo e com algum grau de discernimento, o que demonstra que os criminosos estão cada vez mais audaciosos e preparados.
A Polícia Civil do Acre tem apostado na informação como uma poderosa arma para prevenir crimes cibernéticos, como o golpe do falso boleto, cada vez mais comum no estado.
O golpe se dá sobretudo mediante o envio de e-mails, mas, considerando o crescimento do comércio eletrônico, é bastante comum, também, a prática nas redes sociais. Vários são os truques usados para enganar a vítima e induzi-la a pagar o documento fraudulento.
No Acre, a maioria dos crimes envolvendo boletos falsos sucede da seguinte forma: a vítima recebe, em seu e-mail, um boleto verdadeiro de determinada compra realizada ou serviço contratado. Antes de efetuar o pagamento, a vítima recebe novo e-mail contendo outro boleto, agora, com valor inferior. No texto do e-mail, informa-se que houve um erro no cálculo de algum imposto ou que o cliente ganhou um desconto.
O cliente, acreditando ter realmente recebido o boleto da empresa responsável pelo produto ou serviço, realiza o pagamento. Algum tempo depois, ele começa a receber cobranças da verdadeira empresa, informando não ter sido o boleto quitado. Sem entender o que está ocorrendo, a vítima informa que fez o pagamento e envia o comprovante para a empresa, momento em que é constatada a fraude no boleto.
De acordo com especialistas em segurança pública, nesses casos, golpistas, usando técnicas criminosas, identificam os hábitos de pessoas e, quando surge a possibilidade, aplicam o golpe. Os boletos falsos possuem formato bastante semelhante aos dos boletos originais, mas apresentam pequenas diferenças que podem ser percebidas, principalmente em relação ao código de barras, no qual constam os dados da conta bancária que receberá o valor a ser pago. Com a adulteração do código de barras, os fraudadores conseguem fazer com que o dinheiro da vítima vá para contas bancárias dos próprios golpistas ou de “laranjas”.
Especialistas elencam dicas básicas para evitar cair no golpe:
1) Observe se os seus dados pessoais (nome, CPF, endereço) constantes no boleto estão corretos e se há algum erro de português ou formatação;
2) Verifique se os últimos números do código de barras correspondem ao valor do documento. Se forem diferentes, há uma grande chance de se tratar de uma fraude;
3) Certifique-se de que os três primeiros números do código de barras correspondem ao banco cuja logomarca aparece no boleto. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o código do Banco do Brasil é 001; os boletos da Caixa Econômica Federal sempre se iniciam com 104; os do Banco Bradesco, com 237 e os do Banco Itaú, com 341. Todos esses números e de outros bancos podem ser consultados no próprio site da Febraban: https://portal.febraban.org.br;
4) Atente para descontos e promoções inesperadas. Na dúvida, ligue para a empresa e confirme o valor e demais dados do documento;
5) Faça uma consulta ao CNPJ da empresa credora do boleto no site da Receita Federal e certifique-se de que é realmente a empresa contratada;
6) Sempre opte por pagar o boleto utilizando o leitor de códigos de barras disponível no aplicativo do seu banco. Em regra, boletos falsos possuem códigos de barras incompatíveis com esses leitores e obrigam a vítima a digitar o código número por número, manualmente, para efetivar o golpe;
7) Ao fazer a leitura do código de barras, verifique se o nome o beneficiário é realmente da empresa ou pessoa contratada;
8) Sempre que possível, faça o download do boleto diretamente no site da empresa credora, utilizando, para tanto, uma conexão segura. Se houver alguma suspeita, entre em contato com a empresa.
1) Faça contato imediato com o seu banco para tentar bloquear o valor pago (alguns exigem o boletim de ocorrência);
2) Imprima o e-mail ou o diálogo (WhatsApp, Messenger, Direct etc, anotando o número de telefone e a URL do perfil da rede social) utilizado para o envio do boleto bancário;
3) Anote o dia, hora e local em que estava quando conversou com o estelionatário;
4) Imprima o boleto bancário e tire uma cópia do comprovante de pagamento;
5) Procure uma delegacia de Polícia Civil e registre um Boletim de Ocorrência, apresentando o e-mail, prints do diálogo, a URL (link), o nome do perfil da rede social, o número do telefone, o boleto bancário e o comprovante de pagamento.
Especialistas também recomendam evitar se conectar em redes públicas, por ser menos seguras. Em golpes mais avançados, o criminoso pode interceptar o acesso e alterar um boleto aparentemente baixado do site oficial do banco. Por isso, opte sempre por fazer o download em uma rede segura e com senha, ou pela internet móvel do celular.
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