Destaque

Estudo mostra que 92% das estradas do Acre são ramais não oficiais

O estudante do curso de Biologia (bacharelado), do campus Floresta da Ufac, Eric Nascimento, publicou o artigo, em inglês, intitulado “Roads in the Southwestern AmazonState of Acre, Between 2007 and 2019” na revista internacional “Land”, de acesso aberto. A publicação é consequência de pesquisa de dois anos sobre a dinâmica das estradas no Estado do Acre. 

Eric Nascimento é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Ufac no campus Floresta/Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGama). Ele explicou que a pesquisa mostra a expansão da rede viária e sua relação com o desmatamento, sendo que hoje todos os municípios do Acre têm conexões terrestres, mesmo os mais isolados. “A cada ano é como se surgisse uma nova estrada ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul, mostrando a acelerada dinâmica de conexões terrestres no Acre”, disse. 

A pesquisa faz parte do processo de formação de profissionais. “A formação de jovens cientistas no Brasil, principalmente na Amazônia, estudando temas locais e relevantes ao desenvolvimento local e regional é um pilar importante da Ufac e das pesquisas do LabGama”, opinou a orientadora do aluno, professora Sonaira Silva. 

No Acre, em torno de 92% das estradas mapeadas são ramais não oficiais, ou seja, estradas construídas, inicialmente, sem apoio governamental e não pavimentadas. “Esse é um reflexo em grande parte da Amazônia, pois estradas têm surgido de forma descontrolada e sem monitoramento público, podendo levar a práticas ilegais”, comentou o pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Amintas Brandão Jr. 

Apesar das estradas contribuírem para o desenvolvimento econômico e social, existe um alerta para a abertura delas. “Nosso estudo e outros mostram que é necessário que as estradas e ramais sejam construídos com plano de desenvolvimento, caso contrário teremos aumento contínuo do desmatamento e consequentemente da fragmentação florestal e incêndios florestais”, ressaltou o doutorando do curso de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Celso Silva Junior. 

O artigo teve participação dos professores da Ufac do campus Floresta, Sonaira Silva, Leandra Bordignon e Antonio Willian Melo; de profissionais do Imazon, como Amintas Brandão Jr. e Carlos Souza Jr.; e do Inpe e da Universidade Estadual do Maranhão, Celso Silva Junior. 

O estudo faz parte do projeto Acre Queimadas, financiado pela parceria do CNPq, Ibama e projeto PrevFogo. 

 

Edmilson Ferreira
Compartilhe
Publicado por
Edmilson Ferreira

Últimas Notícias

Xapuri é o município com a 3a maior produção nacional de castanha no Brasil em 2023, mostra IBGE

O IBGE publica a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS que…

27/09/2024

Alerta: Fiocruz vê síndromes respiratórias voltando com força no Acre

Da Fiocruz -- O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (26/9), destaca que…

26/09/2024

O alerta do Acre para fundos internacionais acelerarem recursos contra mudanças climáticas

O governo do Acre participou de um importante encontro promovido pela organização norte-americana sem fins…

26/09/2024

Conheça Vinicius Souza, ex-jogador do Flamengo apontado como novo romance da cantora Anitta

Vinicius Souza se tornou um dos nomes mais comentados na web nesta quarta-feira (25), após…

26/09/2024

Por que Testemunhas de Jeová podem recusar tratamento com sangue? Entenda o que o STF decidiu

Testemunhas de Jeová podem recusar tratamentos médicos que envolvam transfusão de sangue de terceiros e…

26/09/2024

VÍDEO: Motorista perde controle e atinge duas pessoas em cidade baiana; uma das vítimas está em estado grave

Um grave acidente foi registrado na Avenida Luís Viana, em Santo Antônio de Jesus, cidade…

26/09/2024