Além dos perigos envolvendo o momento pandêmico vivido atualmente no Norte, o Estado do Acre também passa por complicações envolvendo a grande quantidade de chuvas caindo na região. “Inundações deixaram mais de 20 cidades submersas completamente, com perdas muito grandes para a população e para os municípios. Essas chuvas, que causaram inundações, também propiciaram, junto com o calor que se alterna, a eclosão de larvas de Aedes aegypti e, consequentemente, das viroses”, comenta o professor Paulo Saldiva.
Saldiva comenta que a conjunção do cenário atual de fatores naturais, sociais e de agentes biológicos e climáticos coloca o Acre em uma situação de devastação. O colunista aproveita para constatar o verdadeiro grau de importância com relação ao que está acontecendo por lá, já que, muitas vezes, outros assuntos não tão significativos acabam ficando em evidência, tirando a atenção para o verdadeiro problema. “Aparentemente, os grandes centros, quando veem uma tragédia como a que está acontecendo no Acre, eles não conseguem desenvolver uma visibilidade em medidas de amparo e proteção. Isso diz muito sobre o nosso ambiente efetivo e nossa forma de encarar o mundo, cada vez mais dominado pelo individualismo”, conclui Saldiva, ao constatar que podemos melhorar essa questão, se nos considerarmos parte de um todo, ao sermos capazes de olhar para além do nosso próprio horizonte.
Paulo Saldiva – Jornal da USP
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