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Covid-19: população se aglomera, números não mudam e Acre permanece na bandeira vermelha

O governo do Acre, por meio do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, anunciou, na manhã desta segunda-feira, 22, que, devido ao crescimento do número de casos de Covid-19 e à sobrecarga do sistema público de saúde, todas as regionais do estado seguem no Nível de Emergência (Bandeira Vermelha).

No dia 1º de fevereiro, o governo do Estado havia adiantado a classificação de Bandeira Vermelha de todo o Acre, observando a tendência de aumentos e procurando evitar o colapso do sistema.

Com a nova avaliação, de 31 de janeiro a 13 de fevereiro, foram observados a redução do isolamento social e o disparo do número de internações, tanto em leitos de enfermaria quanto de vagas de UTIs, que hoje estão com taxas de ocupações superiores a 70% e 90%, respectivamente. Os óbitos também aumentaram consideravelmente, com 80% a mais registrados no Baixo Acre-Purus e 300% no Juruá e Tarauacá-Envira.

“Somado ao cenário de Covid-19, temos outros elementos que nos deixam numa situação ainda mais grave, como a dengue e a cheia dos rios. Estamos num momento em que precisamos da colaboração de todos para termos êxito nesse trabalho. As vigilâncias sanitárias estadual e municipais, além das forças de segurança pública, seguem em esforços pela fiscalização, mas as aglomerações continuam numerosas”, destacou a coordenadora do Pacto Acre Sem Covid, Karolina Sabino.

O diretor do Into, maior hospital de referência no combate à Covid-19 no Acre, médico Osvaldo Leal, revelou que só pela unidade são feitos cerca de 250 atendimentos por dia, com 60% necessitando de alguma medicação. Embora o Estado esteja buscando dispor de 40 novos leitos de enfermaria e 50 de UTI nos próximos dias, a sobrecarga sobre o sistema de saúde e a exaustão de seus profissionais tem sido grande.

“É o pior momento em relação à atitude da sociedade diante das orientações sanitárias. Isso está tendo um resultado, que ainda pode piorar. Não temos o que celebrar coletivamente, não é hora de aglomerar”, analisa o diretor.

O médico infectologista Thor Dantas completa de forma alarmante: “Existe a chance real de não haver atendimento médico hospitalar qualificado para todos os que ficarem doentes se os números continuarem crescendo, mesmo na rede privada”.

O secretário de Saúde do Acre, Alysson Bestene, reforçou que este é um momento que precisa do trabalho conjunto de todos, que há a união dos entes federativos, mas que os cuidados mínimos são necessários, além da necessidade do avanço da vacinação, um dos maiores esforços do governador Gladson Cameli.

Nas próximas horas vamos ter a visita do ministro da Saúde, junto com o próprio presidente Jair Bolsonaro ao Acre. Em nome do governador Gladson Cameli, temos realizado todas as ações possíveis para reduzir os impactos dessa pandemia no estado, mas precisamos da colaboração de todos”, relata o secretário.

Restrições seguem

Segundo o decreto 5.496, durante a Bandeira Vermelha estarão autorizados a funcionar – mediante restrições e protocolos sanitários – estabelecimentos como supermercados, mercantis e congêneres; farmácias; clínicas médicas, psicológicas, odontológicas e veterinárias; espaços de fisioterapia; laboratórios; óticas; oficinas mecânicas no geral; bancos; hotéis; igrejas; funerárias; postos de combustíveis; lojas de materiais de construção; e indústria em geral, com atendimento ao público mediante agendamento; além empresas de alimentos, medicamentos, águas, gás, produtos de limpeza, higiene e de EPIs.

Ficam proibidos de realizar atividades presenciais durante a Bandeira Vermelha todos os estabelecimentos comerciais não enquadrados como essenciais, além de feiras; shoppings; cinemas; clubes; academias; bares; restaurantes (podendo funcionar por delivery); motéis, centros culturais; e clínicas de estética. A aglomeração de pessoas em espaços públicos também está restrita.

Ainda pelo decreto 7.225, as aulas de todos os segmentos estudantis estão impedidas de retomar de forma presencial durante a Bandeira Vermelha.

As avaliações de classificação de risco do estado se tornarão semanais e a próxima está marcada para o dia 1º de março.

A lista completa e os cuidados essenciais que deverão ser adotados a partir de cada setor estão disponíveis aqui. Para mais informações acesse http://covid19.ac.gov.br/

 

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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