O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, iniciou sua agenda nesta quarta-feira, 3, no Parque de Exposições, acompanhado de secretários e assessores, para ver o andamento da construção dos abrigos que serão destinados a amparar as famílias que forem atingidas por uma eventual enchente do rio Acre, na capital.
Ao vistoriar os serviços, o prefeito destacou o aspecto da humanização do espaço onde as famílias serão abrigadas. “Nós temos que humanizar mais esse trabalho. As pessoas que são atingidas pela alagação já perdem geladeira, perdem televisão, enfim, seus bens materiais. Então, nós temos que tratar os seres humanos com respeito, com carinho. Daí, o meu pedido para que tudo aqui seja feito pensando em minorar o sofrimento desses nossos irmãos”, salientou Bocalom.
O prefeito falou ainda, sobre uma novidade que diz respeito à alimentação dos possíveis abrigados no local. “A alimentação será preparada aqui neste local, onde instalaremos uma cozinha especialmente para esta finalidade. Estamos falando de humanização. A comida será servida em pratos, com respeito e dignidade para todos”, disse o prefeito, acrescentando que as pessoas terão, ainda, assistência nas áreas de Saúde, Educação e Cultura.
De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), Valmir Médici, os serviços de construção dos abrigos tiveram início na terça-feira (2), com o recebimento do material. “Eu acredito que, provavelmente, dentro de dez dias tudo estará concluído, incluindo a parte de banheiros, lavatório e lavanderia,” afirmou.
José Maria Amaral, tecnólogo em edificações da Seinfra, que acompanha a execução dos trabalho pela Emurb, explicou que estão sendo construídos dois tipos de abrigos: familiar, no tamanho de 6mt x 3mt, com divisão, e individual, destinado às pessoas que ao serem removidas de suas casas apresentarem indicação para a covid-19. Esses abrigos serão construídos no próprio parque de exposições, em local separado. “Inicialmente, trabalhamos com a previsão de 52 abrigos familiares e 10 abrigos individuais. Se for necessário, serão construídos mais abrigos”, disse Amaral.
Além dos abrigos, também serão construídos seis módulos de banheiros com chuveiro, uma lavanderia e um lavatório para higienização das pessoas acolhidas no local. Segundo Amaral, nesse primeiro momento será construída apenas a estrutura (chamada de esqueleto) dos abrigos. “À medida em que as famílias forem removidas de suas residências, nós vamos fazer o fechamentos dos abrigos”, explicou.
O coordenador municipal de Defesa Civil, major Claudio Falcão informou que o nível do rio Acre está em 10,06 metros, porém na semana passada houve um pico na elevação do nível chegando a 12,76 metros. “Normalmente, quando o rio chega num nível de retração de suas águas, no próprio instante em que ele volta a encher, ele ultrapassa o nível anterior. Então, a expectativa da Defesa Civil Municipal é de que, com o retorno do aumento do nível das águas, ele ultrapasse a marca de 12,76 metros, podendo ultrapassar a cota de alerta”, destacou.
Falcão revelou que a maior preocupação no momento diz respeito às famílias atingidas pelas enxurradas provocadas pelas águas de córregos e igarapés, como o São Francisco, Batista, Almoço, Judia e Dias Martins. Até o momento a Prefeitura já realizou o atendimento de mais de 60 famílias atingidas, tendo removido cinco de suas casas e levado para outros locais.