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Pesquisa traça panorama da qualidade do leite em Rondônia e Acre

Informações geradas pela pesquisa têm subsidiado a tomada de decisão por indústrias e agroindústrias e também a definição de políticas públicas para o setor, com foco na melhoria da qualidade do leite e adequação da produção da matéria prima aos limites dos indicadores higiênico-sanitários definidos na legislação. São sete anos de trabalhos em estudos epidemiológicos contínuos e que são inéditos nos estados de Rondônia e Acre, gerando dados confiáveis e um panorama da qualidade do leite da região.

Segundo Juliana Dias, pesquisadora da Embrapa Rondônia que conduz estas ações, os estudos realizados demonstram as regiões e perfis de propriedades que devem ser priorizados em programas de melhoria da qualidade pela iniciativa privada e pública, e aponta que os maiores desafios para a qualidade do leite nestes estados são a adoção de boas práticas de ordenha e adequação das condições de resfriamento do leite, principalmente em tanques coletivos. Neste caso o fator de risco é quando a entrega do leite no tanque coletivo é realizada por intermediários resultando em atraso na refrigeração do leite e falhas no manejo dos latões.

Ela reforça que as tecnologias e conhecimentos já disponíveis precisam chegar aos produtores e serem adotados para a melhoria deste cenário. “A conscientização sobre a adoção de boas práticas exige esforço conjunto de todas as instituições e indústrias que fazem parte da cadeia produtiva do leite”, acrescenta Juliana Dias.

Estas boas práticas nada mais são que recomendações que podem ser aplicadas em qualquer sistema de produção, com foco principal na segurança alimentar e na qualidade higiênico-sanitária do leite produzido. Ou seja, é a prevenção ou a redução da contaminação do leite durante a sua produção e também no armazenamento. Uma boa ordenha é essencial para a obtenção de leite de maneira rápida, higiênica e sem causar lesões nos tetos ou espalhar doenças entre as vacas. Também é preciso assegurar que o leite será adequadamente armazenado, pois ele precisa ser resfriado imediatamente após a ordenha. A Embrapa dispõe de cartilhas com as recomendações que precisam ser adotadas e tem realizado treinamentos com esse foco.

A boa qualidade dos produtos lácteos está diretamente associada à qualidade e composição do leite cru. Nenhum processo industrial é capaz de alterar isso. Matéria prima com qualidade garante um alimento seguro e livre de contaminantes, maior valor nutricional para o consumidor, melhor rendimento na produção industrial e aumento da vida de prateleira. Da “porteira pra dentro”, significa mais renda e qualidade de vida para os produtores.

Além disso, normas para qualidade do leite foram estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2002 e, em maio de 2019, entraram em vigor as Instruções Normativas 76 e 77/2018, revogando as normativas anteriores e estabelecendo novas diretrizes para o atendimento aos padrões de qualidade, exigindo do setor atuação direcionada e ágil. “A produção de leite com maior eficiência e qualidade é fundamental para a permanência dos produtores nos sistemas produtivos e fortalecimento do agronegócio leite na região”, aponta a pesquisadora Juliana Dias.

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