Além dos desafios de se empreender em um estado pequeno e com dificuldade de logística como o Acre, os empresários locais ainda se depararam com uma crise sem precedentes causada pela pandemia do novo Coronavírus. Devido a isso, praticamente todos os setores da economia foram forçados a parar suas atividades, até que os poderes públicos considerassem segura a retomada, tomando todas as precauções cabíveis e recomendadas. Mas um segmento industrial conseguiu sobressair em meio ao caos: o cerâmico.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), o setor foi muito demandado em 2020, apesar da paralisação. O presidente José Adriano analisa que a cerâmica foi uma das áreas industriais que mais contribuíram para o aquecimento da economia neste ano, apesar de estar sendo lembrado apenas pelas alterações de preço no mercado.
“Isso é uma injustiça, pois todos sabem que os ajustes de mercado se regulam por si só, e todos os custos referente aos insumos dessa produção tiveram suas alterações no mesmo formato que o mercado impõe: o custo de energia aqui no estado é muito alto, a matéria-prima tem dificuldade de extração, não houve desligamento de mão de obra nesse período, só para citar alguns exemplos. Mas, mesmo com tudo isso, o setor comemora o crescimento”, parabeniza Adriano.
Outro fator que encarece os preços praticados no mercado está relacionado à aquisição de lenha para a queima de cerâmica, importada do estado de Rondônia e que, até chegar ao seu destino final, sofre todo tipo de fiscalização possível. E, por falar em aquecimento, em paralelo à luta para se manterem acesas no mercado, muitas empresas investiram em consultorias e qualificação, que iam desde o aperfeiçoamento das linhas de produção à melhoria de seus planos de negócio.
Muitas dessas capacitações foram realizadas pelo SENAI/AC, por meio do programa “Reage, Indústria”, em parceria com o Sebrae/AC, ou por meio do projeto “Consultoria tecnológica para o setor cerâmico do estado do Acre”, com empresas atendidas em Rio Branco, Brasileia, Cruzeiro do Sul e Acrelândia. “Mesmo em um tão difícil e atípico, o nosso segmento buscou alternativas para driblar todas as adversidades. E esse enorme esforço só teve resultados positivos em função da determinação de cada empreendedor e do apoio irrestrito que tivemos da Federação das Indústrias, do SENAI e do Sebrae”, ressalta Márcio Agiolfi, presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado do Acre (Sindicer/AC).
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