O estado do Acre tem hoje 40% a mais de médicos que tinha há nove anos. Em 2011, eram 755 profissionais e, em 2020, eles somam 1.058. Nesse período, a relação de médico por mil habitantes também apresentou aumento, porém, não muito significativo, passando de 1,03 para 1,20. É o que mostra o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, resultado de uma colaboração entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP) divulgado nesta terça-feira (8).
Com a taxa de 1,20 médicos para cada mil habitantes, o Acre possui a quarta menor taxa do país. Ficando atrás somente dos estados do Pará (1,07); Maranhão (1,08); Amapá (1,19). O Distrito Federal aparece em primeiro, com 5,11 médicos por mil habitantes, seguido por Rio de Janeiro, com 3,70, e São Paulo, com 3,20.
O estudo mostrou ainda que a maioria dos médicos do estado está concentrada na capital acreana. Do total de profissionais, 76,9% atuam em Rio Branco e os outros 247 estão distribuídos nas outras 21 cidades do Estado.
Os homens ainda são maioria entre os médicos em atividade no Acre, mas, a diferença em relação às mulheres vem diminuindo ano a ano. Segundo os dados, os homens representam atualmente 59,6% da população de médicos no Estado e as mulheres, 40,4%. Em 2011, a taxa de médicas era de 35,6% e de médicos 64,4%.
O levantamento apontou que a média de idade dos médicos no Estado é de 43,8 anos e o tempo de formação é de 5,5 anos. Outro dado relevante é com relação aos médicos que possuem alguma especialidade. Segundo o estudo, esse número aumentou nos últimos nove anos. Atualmente, 52,6% dos profissionais que atuam no estado são especialistas, outros 47,4% são generalistas. Em 2011, a maioria dos médicos não tinha especialidades (54,7%).
Do total de médicos, 811 atuam na capital acreana, com isso, a média é de 1,99 médicos para cada mil habitantes. A maioria também é de médicos homens, com percentual de 58,1%. As mulheres representam 41,9% da população de médicos no Estado. Desse total, 59,4% dos profissionais possuem alguma especialidade médica.
Os dados da Demografia Médica mostraram ainda que Rio Branco tem a segunda menor taxa de médicos por mil habitantes entre as capitais do país. A pior situação é de Macapá (AP) que tem média de 1,77 profissionais para cada mil habitantes. As maiores taxas nas capitais estão em Vitória (13,71), Florianópolis (10,68), Porto Alegre (9,94) e Recife (8,18).
Para a presidente do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC), Dra. Leuda Dávalos, os números divulgados mostram que, na verdade, existe uma má distribuição dos profissionais em todo o país, uma vez que a maioria está concentrada nos grandes centros e capitais. Portanto, segundo ela, se faz cada vez mais necessária a implantação de uma política que fixe o médico nos estados menos favorecidos e nos municípios do interior. “Esses profissionais procuram os locais que oferecem melhores condições de trabalho, segurança financeira e estrutura física nas unidades de saúde. Sem isso, é muito difícil manter não só médicos, mas qualquer profissional em um local de trabalho”, disse a presidente.
Dados nacionais
Pela primeira vez na série histórica de estudos sobre demografia médica, nenhum estado apresentou razão menor do que um médico por mil habitantes. No Brasil, a média ficou em 2,4 profissionais para cada mil habitantes.
Sete das 27 unidades da Federação têm as maiores concentrações de médicos, mais de 2,50 profissionais por mil habitantes. Entre as regiões, Sudeste e Centro-Oeste têm as taxas mais altas, 3,15 e 2,74, respectivamente.
Ao comparar a proporção de médicos e da população, as desigualdades ficam ainda mais evidentes. A região Norte, por exemplo, agrupa 8,8% de toda a população do país, mas conta com 4,6% dos médicos em atividade. O Nordeste reúne 27,2% da população, mas somente 18,4% dos médicos. Por outro lado, o Sudeste agrupa mais da metade dos médicos do país – 53,2% – que atendem 42,1% da população brasileira. Já os Estados do Sul e do Centro-Oeste têm distribuição mais equilibrada, com presenças bastante próximas de médicos e população.
Com relação às capitais, as do Norte têm 2,94 médicos por mil habitantes, seguidas pelas capitais do Nordeste (5,30), Centro-Oeste (5,44), Sudeste (6,15) e Sul (8,35).
Para mostrar como é irregular a distribuição dos médicos nos estados, o Demografia Médica criou o Indicador de Desigualdade, que revela a diferença entre a presença de médicos nas capitais e nos municípios do interior. Quanto maior o Indicador de Desigualdade, maior a concentração de médicos na capital. No Brasil como um todo, esse indicador é de 3,80. No Estado do Acre, o indicador é de 3,89.
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