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Com desgaste da ISS, Rússia pensa em construir sua própria estação orbital

Um relatório recente da RSC Energia, empresa que gerencia os módulos russos da estação, alerta que elementos da Estação Espacial Internacional (ISS) têm chances altas de começar a apresentar uma avalanche de problemas depois de 2025, e os danos na estação estão tão sérios que vai ser caro demais consertá-los. Então, eles propõem a construção de uma estação orbital russa.

Assim, Vladimir Alekseevich Soloviev, vice-diretor geral da Energia, sugeriu, durante uma reunião da Russian Academy of Sciences, que o país deveria focar na implementação do programa uma estação orbital nacional. “A Rússia tem compromisso com a Estação Espacial Internacional até 2025. Já existe uma quantidade de elementos que estão seriamente afetados e estão encerrando suas funções, e muitos deles não são substituíveis”, disse.

A Energia estima que as despesas para consertar os componentes e manter a ISS sejam de 10 a 15 bilhões de rúpias — valor que equivale de U$ 130 a U$ 198 milhões por ano. Então, Soloviev propôs ser preciso avaliar os termos da participação russa futura no programa e focar na implementação da Russian Orbital Service Station (ROSS), uma nova estação que seria composta por três a sete módulos, que podem tanto ser operados automaticamente ou por uma tripulação de duas a quatro pessoas para a redução de custos. Além disso, esses módulos poderiam ser substituídos, de modo que essa estação teria tempo de vida ilimitado. A ROSS segue sendo desenvolvida pela Energia, e tem lançamento estimado para depois de 2024.

Os comentários feitos por Soloviev circularam pela mídia russa como uma sugestão indireta de que a Rússia queria encerrar a participação dos parceiros no programa da ISS, ou de que a estação encerraria as atividades. Depois, ele explicou que não havia discussões em andamento sobre a ISS interromper o trabalho depois de 2025: “naturalmente, o relatório da reunião foi teórico, não uma proposta de desenvolvimento posterior da ISS, e foi mal interpretado”, disse no canal da Roscosmos no Telegram.

Vale ressaltar que, de fato, a ISS já vem apresentando sinais de fadiga há algum tempo: há um vazamento de ar ocorrendo no laboratório desde 2019, e investigações em busca da origem do problema mostraram que iso ocorria no módulo russo Zvezda. Já em outubro, foi detectado um problema no suprimento de oxigênio também no módulo russo — e, embora nenhum destes inconvenientes ofereça riscos à tripulação, eles sinalizam a aproximação do fim da vida útil dos equipamentos russos, que deveriam ser usados apenas por 15 anos, mas chegam às duas décadas de uso.

Fonte: SputnikNews, TASS

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