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A Região Norte do País registrou, proporcionalmente, o maior número de candidatos negros no Brasil nas Eleições Municipais de 2020. Dos quase 57 mil candidatos a prefeito e vereador nos municípios da região, 77% são negros ou pardos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mas é o Amapá o estado que tem mais candidaturas de negros: 83% do total de candidatos. Em seguida estão o Acre, com 80%; o Amazonas com 79,6% e o Pará com 79,4%. Ao todo, os quatro estados contam com 31.534 candidatos e candidatas pretos e pardos, 11% do total no país.
Muitas das candidaturas negras estão ligadas às raízes dos estados da Região. O Pará, com 53 áreas tituladas, é o estado brasileiro que mais reconhece comunidades remanescentes de quilombo, por exemplo, diz a matéria.
De acordo com a reportagem, a Bancada Preta (Rede) é uma candidatura coletiva para a câmara de vereadores de Macapá (AP) que visa manter essas origens. Ela é formada por três jovens: Thawanna de Paula, Jeremias Ferreira e Daniel Ramos.
O cientista político Carlos Jacomes disse a repórter que é importante compreender essas candidaturas de pessoas negras em cargos majoritários (prefeituras) ou proporcionais (vereanças). Ele explicou que um cargo majoritário requer mais investimentos financeiros, estrutura, capilaridade política e mais aporte estratégico. “Muitas vezes, nestas circunstâncias, o partido apoia uma candidatura negra já entendendo que ela não vai ser eleita, porém é necessária para alcançar o mínimo de votos para eleger um candidato à prefeitura, em sua maioria, branco”.