Depois de um ano e seis meses morando no Educandário Santa Margarida, quatro irmãos vivem um novo momento de suas vidas. Nesta sexta-feira, 21, de agosto, eles embarcaram rumo ao novo lar, no estado do Rio Grande do Sul.
A adotante veio ao Acre para concluir os procedimentos necessários, acompanhada de seu pai, e só retornou para sua cidade com as crianças.
A mulher de 45 anos, que não tem filhos e é solteira, teve seu processo concluído e recebeu a habilitação para adoção unilateral em janeiro desse ano, pelo Sistema Nacional de Adoção. Já as crianças ficaram aptas para adoção a partir de fevereiro, ou seja, um ano após entrarem no abrigo. São três meninas de 6, 4 e 2 anos, e um menino de 8 anos.
A partir disso, o Sistema as vinculou a adotante. Desde então, segundo a juíza de Direito Isabelle Sacramento, da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco, foi feita a aproximação entre eles, dentro do esforço que vinham fazendo de não separar as crianças. “O nosso propósito era de que as crianças não fossem separadas, pois estarem juntos era a única referência que eles tinham de família”, conta.
Diante da pandemia causada pelo novo coronavírus, a tecnologia foi a aliada. A aproximação que iniciou em março foi por videoconferência. Com todos os procedimentos concluídos, a adotante chegou em Rio Branco no último dia 13. Protocolos finalizados, documentos concluídos, ela retornou hoje, junto ao seu pai e as crianças para o Rio Grande do Sul.
Essa é uma adoção rara de acontecer, segundo a desembargadora Regina Ferrari, coordenadora da Infância e Juventude, principalmente quando trata-se de crianças mais velhas, como é o caso das meninas de 4, 6 anos, e do garoto de 8 anos. “Eu parabenizo a Dra. Isabelle pela excelente condução nesse caso em que foi possível manter essas crianças juntas, e agora embarcando para o colo de uma nova família. Precisamos ampliar o perfil de interesse em crianças mais velhas, em crianças especiais, em grupo de irmãos”, diz a desembargadora.
Para o processo ser definitivamente concluído, mãe e os quatro irmãos passam por um processo de 60 dias de adaptação. “Vamos ficar na torcida para que a convivência seja a melhor possível, para que possamos depois de 60 dias fazer a conclusão definitiva do processo de adoção”, ressalta a desembargadora Regina Ferrari.
“Nosso sentimento é de muita alegria. Fizemos nossa parte em tentar mudar a vida dessas crianças as mantendo juntas, e realizando um processo seguro de adoção. Estamos na torcida para que sejam muito felizes nesse novo lar”, finaliza a juíza Isabelle.
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