No dia 10 de julho a Embrapa completa 44 anos de atuação no Estado do Acre e, para celebrar este percurso com colaboradores e parceiros, a empresa preparou uma programação especial. Com o slogan “Mesmo longe, estamos conectados”, presente em diversos produtos de comunicação desenvolvidos como parte das comemorações, a Unidade reafirma seu compromisso social e traduz esse momento de distanciamento físico imposto pela pandemia do coronavírus. Na sexta-feira (10), as comemorações online reúnem empregados, gestores e colaboradores em geral, atores do setor produtivo, parlamentares e representantes de instituições de ensino. O diretor-presidente da Embrapa, Celso Moretti, participa da abertura do evento, com início às 9h.
O chefe-geral da Unidade, Eufran Amaral, explica que a confraternização à distância é uma forma de mostrar que a Embrapa não parou com a pandemia da covid-19. A Empresa ajustou sua programação para continuar trabalhando e contribuindo com a produção de alimentos e com o desenvolvimento sustentável do Acre. As inúmeras ações nas áreas de pesquisa, transferência de tecnologias e comunicação, realizadas com o auxílio de tecnologias digitais, além da manutenção de uma equipe em sistema de revezamento para atendimento de serviços essenciais em diferentes setores mostram que a Empresa se adequou para esse momento atípico.
“Temos muitos motivos para celebrar o trabalho da Embrapa nessas mais de quatro décadas no Acre. As tecnologias da Empresa estão presentes no dia a dia das pessoas de diversas maneiras, seja nos alimentos que chegam às mesas das famílias, como frutas, grãos, leite e carne, nos produtos da biodiversidade amazônica como a castanha-do-brasil e o açaí, que conquistaram consumidores de todo o país e mercados internacionais, ou na madeira certificada utilizada na construção civil”, afirma o gestor.
Para destacar a integração da pesquisa com entidades de diferentes setores, o evento contará com roda de conversa com representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Universidade Federal do Acre e parlamentares acreanos.
Portifólio de tecnologias
A reunião virtual também marcará o lançamento do portfólio de tecnologias da Unidade, documento que reúne soluções tecnológicas para a produção pecuária, fruticultura, atividade florestal, manejo de solos e produção agrícola do Estado. “Com o objetivo de auxiliar produtores rurais, técnicos e extensionistas, concentramos em uma única publicação os destaques em tecnologia testados e validados para o Acre e o bioma Amazônia”, afirma Bruno Pena, chefe-adjunto de transferência de tecnologias da Unidade, que apresentará o documento aos participantes do evento online.
A publicação online ficará disponível na página temática dos 44 anos da Embrapa Acre, hospedada no Portal da Unidade, outro produto que será lançado durante o encontro online. Além de possibilitar o acesso a conhecimentos tecnológicos voltados para diferentes segmentos do setor produtivo acreano, esse espaço virtual reunirá conteúdos audiovisuais sobre resultados de pesquisa, informações sobre a história da Unidade e depoimentos de empregados sobre a trajetória profissional na empresa.
A programação do evento contemplará, ainda, o lançamento do informativo “Paneiro de Notícias”, veículo de comunicação online dirigido ao público externo, e a atividade “Pratas da Casa”, que possibilita conhecer o percurso profissional de empregados aposentados e de jovens colaboradores.
Trajetória da pesquisa
Criada em 1976, a Embrapa Acre é um centro de pesquisa com foco regional, que tem como missão viabilizar soluções tecnológicas para o uso sustentável dos recursos naturais, planejamento territorial estratégico do estado, adequação de sistemas de produção regionais e agregação de valor à produção agropecuária e florestal do Estado e Nacional. A Unidade atua no atendimento de demandas de populações extrativistas, comunidades indígenas, agricultores, ribeirinhos e pecuaristas, por meio de pesquisas em diferentes áreas.
Desde o início, as pesquisas desenvolvidas no Acre contemplam as culturas do milho, seringueira e consórcio de gramíneas com forrageiras leguminosas, com entregas de alto impacto econômico, social e ambiental para a Amazônia. A partir da década de 1990, a Unidade incluiu no seu portifólio estudos com banana, mandioca, manejo florestal comunitário e não madeireiro, além da agregação de valor a produtos amazônicos, com destaque para espécies com elevado potencial de mercado (castanha-do-brasil, copaíba e açaí). Já nos anos 2000 iniciou as pesquisas com manejo florestal madeireiro, com foco na redução dos impactos da atividade sobre o meio ambiente e na valorização da floresta em pé e de seus serviços ecossistêmicos.
Entre as soluções tecnológicas disponibilizadas pela Empresa estão diferentes variedades de mandioca cultivares de banana, mais produtivas e adaptadas às condições de clima e solo do Estado, o Modelo Digital de Exploração Florestal (Modeflora), que possibilita alta precisão às informações e redução nos custos da atividade com baixo impacto ambiental, o modelo de agricultura conservacionista, para diversificar a produção em solos arenosos no Juruá e inúmeras variedades de gramíneas forrageiras resistentes ao encharcamento dos solos amazônicos. Como contribuição mais recente, a Empresa lançou a BRS Mandobi, primeira cultivar brasileira de amendoim forrageiro propagada por sementes, para uso no consórcio de pastagens com a finalidade de intensificar sistemas pecuários de produção a pasto.
De acordo com Amaral, nessa trajetória de mais de quatro décadas de pesquisa no Acre, as tecnologias geradas pela Embrapa contribuíram para fortalecer o setor agropecuário do Estado, possibilitaram o uso racional da terra e dos recursos florestais e ajudaram a intensificar o uso de áreas convertidas, em prol do desenvolvimento sustentável do Estado. Os avanços proporcionados pela pesquisa científica impactaram as principais cadeias produtivas do Estado, proporcionaram maior oferta de alimentos no campo e na cidade, impulsionaram a economia local e contribuem para melhoria da renda dos produtores rurais.
“Além disso, as tecnologias da Empresa contribuíram para reduzir os impactos das atividades produtivas sobre o meio ambiente. Somente na pecuária, principal atividade econômica do Acre, o uso de alternativas tecnológicas recomendadas pela pesquisa evitou o desmatamento de mais de 2 milhões de hectares de floresta primária, em função do incremento da capacidade de suporte das áreas em produção. Esses resultados só foram possíveis em função de parcerias consolidadas com diferentes instituições, nas esferas federal, estadual e municipal, do trabalho participativo com produtores rurais e populações tradicionais, que participaram efetivamente da validação de conhecimentos tecnológicos, e do esforço do quadro funcional da Embrapa Acre, composto por 112 empregados” enfatiza Amaral.
Atualmente a Unidade conta 31 pesquisadores, 45 analistas, 9 técnicos e 27 assistentes. 43 % do quadro de empregados possuem Mestrado ou Doutorado e mais de 50% está alocado diretamente na geração de conhecimentos, atividade fim da Empresa.
Foco de atuação
A Embrapa Acre possui um campo experimental com 1,2 mil hectares dos quais 220 hectares são destinados à experimentos com atividades agropecuárias e 980 hectares de floresta primária utilizados para estudos florestais. Com uma carteira de projetos diversificada, atualmente as pesquisas desenvolvidas pela Unidade contemplam diferentes focos de atuação. Na área de Solos e Agricultura o foco de atuação é a geração de tecnologias agropecuárias e modelos agrícolas e de gestão territorial que articulem produção de alimentos, fibra e energia com conservação ambiental. O trabalho visa produzir Conhecimento dos recursos naturais e uso da terra e elaborar indicadores para serviços ambientais e agricultura de baixo carbono para utilização eficiente da área desmatada.
As pesquisas em Produção Animal sustentável buscam produzir inovações tecnológicas para a sustentabilidade da bovinocultura de corte e leite com ênfase na recuperação e intensificação de pastagens e aumento da produtividade com menor impacto ambiental. Já os estudos com Produção Florestal concentram as ações no manejo, silvicultura e biotecnologia por meio do uso racional de recursos florestais (nativos e plantados), com foco na melhoria da relação entre serviços ambientais e mudanças climáticas.
Os estudos com ênfase na Fruticultura e Plantas Nativas buscam o desenvolvimento e adaptação de sistemas de produção, a avaliação e recomendação de cultivares de alta produtividade de espécies agroindustriais de frutas nativas e exóticas e o desenvolvimento de produtos alimentícios com origem na biodiversidade amazônica.
Amaral considera prioritário produzir carne em pastagens de qualidade, como reflexo também da fertilidade e qualidade dos solos, para evitar novos desmatamentos. “Contamos com um núcleo focado na geração de conhecimentos tecnológicos para a pecuária. Por outro lado, os setores da agricultura voltados para a produção de culturas anuais (arroz, milho e feijão), perenes (café, frutas tropicais e culturas bioenergéticas) e semi-perenes (especialmente a mandioca) têm suas demandas por tecnologias tratadas nos diferentes grupos de pesquisa. Além disso, se alinham com a política de desenvolvimento do Acre, baseada no Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE) do estado, ferramenta de gestão territorial desenvolvida com a contribuição da Embrapa”, explica.
Nas diversas áreas, as pesquisas participativas se consolidaram como estratégia de produção de conhecimento, estabelecida nos termos de parcerias firmados. Outra dinâmica de trabalho adotada pela empresa é a cooperação técnica com mais de 50% dos municípios acreanos, com a finalidade de potencializar esforços, ampliar a capilaridade das ações e agilizar resultados de pesquisa e transferência de tecnologias.
Cenários futuros
Além da sede oficial, na capital acreana, Rio Branco, a Embrapa Acre está presente no Juruá, por meio de seu escritório de transferência de tecnologias localizado em Cruzeiro do Sul, em funcionamento desde 2002. Recentemente essa base física foi reformada com o objetivo de melhorar as condições de trabalho e a oferta de resultados em atendimento a demandas locais. A empresa completa 44 anos no Acre com os olhos no futuro e o desafio de continuar entregando ativos tecnológicos relevantes para a Amazônia. Para conhecer as tendências dos segmentos agropecuário e florestal e alinhar suas pesquisas a novos desafios do setor produtivo, a empresa investe em estudos prospectivos.
Segundo Eufran Amaral, na região os cenários futuros indicam a intensificação da pecuária de corte, o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha-do-brasil e do Açaí, a consolidação da agricultura familiar, ampliação da adoção do manejo florestal de uso múltiplo, o desenvolvimento de sistemas integrados com ênfase na lavoura-pecuária-floresta e a expansão da produção de grãos.
“Desta forma, nos próximos anos o foco das pesquisas da Embrapa Acre será o conhecimento da base de recursos naturais do Estado com inteligência territorial e o avanço tecnológico nos sistemas de produção regionais, para agregar valor à produção agropecuária e otimizar o uso dos recursos naturais e a provisão de serviços ambientais. Desta forma, estaremos contribuindo para a mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e para o desenvolvimento da bioeconomia na região, além de apoiar estratégias de formulação de políticas públicas para aumento da produtividade e sustentabilidade da produção agrícola, pecuária e florestal no Acre”, finaliza.
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