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MPAC garante atendimento remoto para a população LGBTQI+

A convivência entre familiares durante o confinamento tem aumentado o número de casos de violência psicológica e doméstica desse público.

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) por meio do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), passa a oferecer a partir do dia 28 de junho, atendimento psicológico remoto para a população LGBTQI+ durante a pandemia do coronavírus.

LGBTQIA+ é uma sigla que abrange pessoas que são Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais/Transgêneros, Queers, Intersexo, Assexuais; e o sinal de + que abriga as diversas possibilidades de orientação sexual e/ou de identidade de gênero que existam.

A iniciativa reúne profissionais voluntários da área de psicologia, numa ação coletiva que visa prestar atendimento psicológico através de telefone e aplicativo de mensagem a esse público.

A procuradora de Justiça, Patrícia do Amorim Rêgo, coordenadora do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), explica que a ação foi pensada para atender o crescente número de casos de maus tratos, violência doméstica e psicológica, de opressão e discriminação registrados nesse período.

“Tem chegado muitos casos ao MP, de pessoas que estão sofrendo discriminação, preconceito e até violência em casa durante o isolamento social. Esse trabalho voluntário tem a intenção de contribuir e melhorar o atendimento a esse público, que muitas vezes está tendo que negar a natureza de sua existência para ser aceito no seio familiar, e conviver com a violência psicológica e moral de famílias que são intolerantes e preconceituosas”, disse.

Patrícia Rêgo enfatizou que o foco será melhorar a saúde mental e a condição humana dessas pessoas.

Impactos da pandemia na população LGBT

Pesquisas recentes comprovam que a pandemia agravou problemas já vivenciados pelo segmento LGBT, sobretudo no tocante ao trabalho, à renda, e à saúde mental.

Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais e Unicamp revela que a pandemia agrava a solidão e o desemprego entre LGBTs. Mostra ainda que os assassinatos de pessoas trans aumentaram 48% em 2020.

O isolamento social está levantando diversos problemas sociais enraizados na sociedade como a violência e a opressão de grupos desse segmento.

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comunicado em abril reconhecendo que a pandemia do coronavírus está exacerbando as dificuldades da população LGBT, e que essa minoria muitas vezes encontra discriminação e estigmatização ao buscar serviços de saúde e é mais vulnerável à violência e outras violações de direitos humanos.

“Estamos cumprindo com nosso dever constitucional, assegurando ao público LGBT o acesso a seus direitos e à cidadania, sobretudo em tempos de pandemia. Infelizmente, muitas dessas pessoas ainda continuam sendo alvo de preconceito, discriminação e violação”, enfatizou Patrícia Rêgo.

Fonte: Agência de Noticias MPAC

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