Há dois meses e meio, o governo do Acre decretou situação de isolamento social devido à pandemia mundial do coronavírus. Desde o dia 17 de março, as aulas presenciais estão suspensas, o que fez a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE) replanejar suas estratégias com gestores, coordenadores e professores.
Apesar das dificuldades, os desafios estão sendo vencidos. A SEE realizou uma nova formação com a comunidade escolar, redefinindo o plano de ação a partir das aulas remotas. E as escolas têm feito a sua parte, adequando os meios tecnológicos disponíveis para manter a comunicação com os alunos.
Na maioria dos casos, o contato é feito por aplicativo de conversas virtuais, em que são criados grupos, e os conteúdos, vídeos e explicações são inseridos, de modo a promover a aprendizagem de maneira simples e criativa.
Não é só isso. Outros aplicativos de conversa e reunião são utilizados durante o planejamento da escola com os professores. Material impresso, retirado pelos pais na escola, também é parte da rotina do trabalho e faz com que a totalidade dos alunos seja atingida pelas aulas remotas.
O Conselho de Estadual de Educação (CEE) já autorizou as escolas a computar 20% da carga horária com esse tipo de aula, resguardando, nesse caso, o real aprendizado do aluno por meio de evidências que devem ser apresentadas à Secretaria.
Com essa interação, as ferramentas digitais são adaptadas à realidade dos alunos e as dificuldades iniciais e as barreiras que travam o ensino a distância são vencidas pela dedicação e competência dos profissionais que atuam no dia a dia das escolas.
O gestor da Escola Diogo Feijó, localizada no bairro Floresta, em Rio Branco, Francisco Lira, diz que embora a pandemia traga alguns entraves, é também um momento em que a comunidade escolar tem a oportunidade de aprender junto. “Os professores e alunos têm se adequado às novas realidades tecnológicas e se tornado tutores dos alunos”, diz.
Segundo ele, diversos aplicativos de mensagens são utilizados, além da impressão e utilização de diversos materiais. As primeiras aulas remotas na escola se deram em maio e, para a reunião com os professores, é usado um aplicativo de reuniões chamado Google Meet. Já para vídeos e links é usado o Classroom.
“Com as ferramentas digitais alcançamos em torno de 90% dos nossos alunos e para os outros 10% elaboramos um material didático impresso, apostilado, com roteiro, texto e questionário, que os pais vieram buscar aqui na escola”, explicou.
Embora cada escola tenha a sua especificidade, há planos e ações que se assemelham. No Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), as aulas remotas também são transmitidas por aplicativos e conversas, e os alunos que não têm acesso a elas estudam com material impresso.
De acordo com Zilda Castro, gestora do Ceja, o trabalho de adaptação para as aulas remotas está saindo a contento. O planejamento com os professores é realizado duas vezes por mês através de webconferências, em que são detalhados os planos vertical e horizontal de ensino, e os conteúdos são enviados aos alunos. E, durante o período normal das aulas, os professores tiram as dúvidas dos alunos, que também estão estudando.
Um fator importante no processo de ensino-aprendizagem durante as aulas remotas destacado por Rosa Maria Lima Guimarães, gestora da Escola Antônia Fernandes, localizada no bairro Santa Inês, Segundo Distrito de Rio Branco, é o interesse dos pais. Quando a família não dispõe de acesso à internet, eles se dirigem até a escola para retirar o material impresso. “Esperamos que essa fase acabe logo, mas não podemos deixar de observar essa participação dos pais na educação de seus filhos”, destaca.
As pandemia e a opção pelas aulas remotas criaram um conjunto de situações até inusitadas. Na Escola Henrique Lima, de ensino médio, localizada na região do bairro Calafate, em Rio Branco, o coordenador de ensino, Roberval Rodrigues, afirma que “os alunos estão com saudades da escola”. E não apenas eles: “Os professores também preferem as aulas presenciais”, comenta.
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