Depois do imbróglio causado pela invasão de dois assessores parlamentares ao almoxarifado da merenda escolar da Secretaria Municipal de Educação (Seme), a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, convocou os membros da Comissão de Planejamento e Coordenação do Kit Merenda Escolar para uma vistoria naquele almoxarifado, na manhã deste sábado, 30. A intensão foi averiguar se existia algum produto com data de validade vencida, já que os invasores diziam estar ali para fiscalizar denúncia sobre tal situação.
A comissão é composta Manoel Magalhães Teixeira, presidente do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE); Valquírio Firmino da Silva, presidente do Colegiado de Diretores das Escolas Públicas Municipais (Codep); coronel George Luiz Pereira Santos, chefe da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil e Adneth Casseb Braga, Carlos Antônio Pinheiro da Silva, Thiago Henrique Batista de Souza, todos da Seme. A comissão foi criada pelo Decreto Municipal nº 257, de 16/04/2020.
Os invasores eram Frank Vidal, assessor do deputado estadual Roberto Duarte (MDB) e Wille Viana, assessor do vereador Emerson Jarude (MDB). Eles entraram furtivamente no almoxarifado e, quando flagrados pelos servidores do local, afirmaram serem assessores dos ditos parlamentares disseram que estavam no local para comprovar suposta denúncia que ali poderia haver produtos vencidos.
A vistoria comprovou não serem verdadeiras as denúncias, haja vista não ter ali nenhum produto vencido. Havia, no entanto, um lote de sucos que vence justamente neste sábado. O lote é o resultado de devoluções feitas pelas escolas que estão paralisadas desde o início da crise causada pela pandemia de coronavírus/covid-19, em meados de marços.
“A rotina da distribuição da merenda escolar, em uma situação normal, sem a pandemia, é de que os alimentos sejam enviados para as escolas para consumo dentro de um prazo determinado. Tudo isso é feito com muito controle. Contudo, eventualmente, algum item pode, por alguma razão, ser contaminado ou vencer, como nesse caso em que não houve aula”, explicou Manoel Teixeira. “Nesses casos, o procedimento correto é a escola devolver para o almoxarifado e o almoxarifado faz o descarte desses produtos, já que seu consumo representa riscos para as crianças”, acrescentou.
A prefeita Socorro Neri afirmou que a vistoria comprovou que a denúncia não procede. De acordo com ela, há no almoxarifado, um único lote pequeno de suco que veio das escolas e vence neste dia 30.
“Ele não foi consumido nas escolas porque, quando a pandemia se instalou em Rio Branco, a partir de 17 de março, nós não tínhamos previsão de quando as aulas iriam começar, mas não imaginávamos que seria o quanto está demorando”, revelou Socorro Neri. “Então, as escolas estavam abastecidas, esse material continuou nas escolas. Quando organizamos os kits de merenda escolar para atender os alunos durante a pandemia, organizamos com o material que tinha aqui no almoxarifado, adquirindo o que faltava, de modo a deixar a escola abastecida para quando as aulas retornarem”, completou a prefeita.
Descarte adequado do produto vencido
Por recomendação da prefeita Socorro Neri, um nutricionista foi chamado ao almoxarifado para fazer uma avaliação sobre a possibilidade do consumo do lote de suco mencionado acima. O profissional convocado foi Ítalo Lins de Oliveira, nutricionista da Seme. Em laudo técnico, ele desaconselhou o consumo do suco depois da data de vencimento.
Diante deste parecer, a comissão decidiu pelo descarte adequado do produto. Todo o lote vai ser levado para a Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre) da Prefeitura de Rio Branco, localizado no quilômetro 22 da rodovia BR-364, sentido Rio Branco/Porto Velho.
“O descarte adequado é necessário em casos como esse para evitarmos que pessoas desavisadas venham consumir esse produto, o que pode resultar em danos graves à saúde”, explicou o chefe da Divisão da Alimentação Escolar da Prefeitura, Carlos Antônio Pinheiro da Silva.
Fonte: Assessoria