Existe saída dessa crise?
Herinque Meirelles disse outro dia que “não é a quarentena que está afetando o movimento do comércio, mas a pandemia”. A confiança plena do consumidor não volta até termos um tratamento definitivo, eficaz e amplamente difundido.
Os mais otimistas dentro do governo federal tem falado a boca pequena em SEIS MESES pra “retomada do consumo”. Os mais “realistas” dizem DOZE MESES. (Longe dos ouvidos do presidente, é claro).
“O tratamento Camisa do Botafogo e Cerveja Preta: 99% de chance de sair curado do covid. Fita do Nosso Senhor do Bonfim + Cloroquina: 99% de chance de sair curado do covid.”
Palavras de Henrique Mandetta em entrevista recente! Surreal isso! (Leia a entrevista)
Por isso caíram dois ministros…
Não é hora da gente “se desesperar” nem nada do tipo, mas temos visto semana após semana os governos “adiando” a retomada plena do comércio na maioria dos estados, inclusive no Acre.
60 dias se passaram desde o primeiro decreto no nosso estado. A previsão era 15 dias… já ampliamos isso por 4…
E acreditem: agosto, setembro ainda estaremos discutindo “volta do comércio”.
Porque foi assim no final de março quando a gente dizia que no “final de maio ainda estaríamos discutindo a retomada”.
E olha que engraçado: CÁ ESTAMOS FAZENDO EXATAMENTE ISSO…
E as medidas governamentais tem se mostrado “com boa intenção”, mas pouco eficientes, muito pela baixa adesão popular como um todo…
E os mais variados “piratas” dos decretos são os que mais nos atrapalham.
Tem restaurante self service com o buffet sendo montado DIARIAMENTE e atendendo ali alguns clientes… ele poderia fazer isso?
Quem se prejudica com isso?
A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA já deveria ter “tomado as rédeas” dessa problemática.
Mas nem entre nós há consenso.
Entre nós há um pensamento egoísta que nos limita em horas como esta, em que pensamos primariamente em sobreviver. E nisso temos aquela ideia tosca de “cada um por si”.
E salve-se quem puder…
Exemplo claro disso: o pedido da OAB para conceder o acesso dos advogados irrestritamente ao uso de veículos durante o rodízio.
Louvável a defesa da classe! MAS HÁ APENAS OS ADVOGADOS IMPEDIDOS DE USAR OS SEUS DIREITOS?
Por que não houve um alinhamento UNIFORME entre TODOS OS RESPECTIVOS PROFISSIONAIS (CRA, CRC, COREN, CRECI, CRM, Federações de comércio, indústria e tudo mais?)
Por quê? PORQUE CADA UM PENSA APENAS NO SEU UMBIGO!
Este é o Brasil.
Não há diálogo. Não há inteligência estratégica. Não há gestão. Há apenas “a farinha é pouca, MEU PIRÃO PRIMEIRO”.
Mas sempre soubemos que o governo como um todo é o grande concorrente do empresário (e do povo). Mas como a gente trata nossa classe?
Tratamos outros empresários como INIMIGOS, e ficamos felizes quando um “concorrente” se dá mal, ao invés de se solidarizar com o cara que tá na mesma luta que a gente.
O associativismo trabalha exatamente na busca da UNIÃO entre os empresários e na defesa de seus interesses (sem lados). Pois compreendemos a importância social da geração de empregos e da mobilidade social.
Tem sido um desafio hercúleo unir as pessoas em toda pluralidade que temos no Brasil… volta e meia me deparo com os mesmos questionamentos: “e o meu negócio? Quem vai pagar minhas contas? Quem vai cobrir meus prejuízos?”.
Pouca gente pensa no “nosso” e muita pensa no “meu”.
Esquecendo que só existe o meu, porque existe o NOSSO.
Há uma saída disso tudo? Sim! Há!
Estamos dispostos a pagar o preço que ela nos cobra?
Ao que tudo indica: não. E continuaremos enxugando gelo.
Profissionais da saúde estão sofrendo um desconforto inimaginável, desumano e próximo à tortura.
Sem falar no desespero que eles sentem por pouco ou nada poderem fazer para frear a crescente escalada dos novos casos, óbitos e descasos!
Parabenizo os entes públicos, que de modo humano, tem se disponibilizado a salvar vidas e empregos. (No Acre vemos o esforço pessoal do governador Gladson para nos tirar disso tudo, aliando-se à prefeita da capital Socorro).
Ambos sofrem a mesma dor: a de não contarem com o apoio maciço da população que governam e mais ainda, por não terem ao seus lados os aliados mais sinceros.
A mim, cabe apenas sugestionar a todos que busquem cumprir as recomendações dos serviços de saúde.
Permaneço estudando um meio de tirarmos nosso país deste impasse.
Não estou nem perto de uma solução ainda, o cenário é de uma complexidade que jamais lidei.
Está difícil, mas não impossível. E em alguns lugares está até fácil, mas depende pouco/nada de mim.
Sigamos com fé!
Daniel Ribeiro.
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