Agência Brasil
O grito de gol, o berro de indignação, notícias da guerra, o pedido de ajuda, declarações de amor e, porque não, desfile das escolas de samba. Tudo cabe dentro do rádio!
Tadeu Cruz, morador da cidade de Taraucá, no Acre, fala da importância do veículo.
“Escuto desde criança, e a importância é que é um meio de comunicação, de diversão e de informação”.
O som do rádio da mãe, na zona rural da cidade mineira de Arceburgo, acordava o menino Marcelo todas as manhãs. Hoje, é a voz de Marcelo Ferreira, que, às 5h, faz companhia a quem cedo madruga. Apresentador do programa Brasil Rural, da Rádio Nacional, ele fala o quão democrático e popular é o veículo que pode ser ouvido no aparelhinho de pilha, nos sons mais potentes, nas viagens de caminhão, de barco, nas aldeias mais distantes.
“Chega com mais facilidade nas áreas distantes, e eu costumo dizer não só distantes geograficamente, mas nas periferias. Bem próximo aos grandes centros você tem dificuldade de acesso à internet, ao próprio sinal da televisão, e a pessoa tem um radinho, que é barato, não precisa pagar assinatura. Então o rádio conecta as pessoas com uma facilidade muito grande. Fala para as pessoas de baixo poder aquisitivo, as classes mais baixas, e também para as de classe mais alta, quando você está dirigindo o carro, por exemplo. O rádio tem essa mobilidade”.
Com a morte anunciada há décadas, foi assim quando surgiu a televisão, por exemplo. Errou também quem achou que a internet ia acabar com o centenário veículo, afinal, são tantos streamings. Mas o rádio se reinventa. Programas locais agora giram o globo terrestre pela rede mundial.
Sônia Gabriel apresenta um programa da rádio comunitária Vila Boa FM, na Cidade de Goiás. Com alcance limitado, só toca nos rádios de quem mora na região. Mas a rádio também está online e o resultado é a audiência dentro e fora do Brasil.
“Agora a gente tem, também, online. Temos ouvintes no Rio de Janeiro. Esses dias mesmo um cara ligou para a gente do Pará. Agora sim a gente está expandindo. Até na Bélgica temos ouvintes”.
Neste 13 de fevereiro, a Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, destacou que, apesar dos avanços tecnológicos e dos modos de consumo, o rádio continua sendo uma voz que parece conversar com cada um de nós individualmente.
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